Um coração gigante capaz de ver uma centelha de bondade até no pequenino coração do Grinch.

"Não sei se está certo estar a escrever-lhe, passei algumas horas a ponderar tanto no que iria dizer como se deveria faze-lo até que me lembrei das suas palavras acerca do que o Tomé lhe tinha ensinado: o coração está sempre primeiro. 
De certa forma acho que passamos a ter a obrigação de viver duas vidas, uma onde alcançamos os nossos objetivos e respondemos às nossas necessidades, outra onde cumprimos as promessas do Tomé através do mundo de cada um de nós.
Garanto-lhe que o que eu vou dizer não é para ser bonito, não é por ser cliché, nem sequer é por ele ter morrido e por coisas destas nos virem à cabeça nestes momentos. O que eu vou dizer, vou dizê-lo por ser verdade, não só para mim como para toda a gente que ele conheceu. O que eu vou dizer é o que eu estava, estou, e estarei a sentir. O Tomé é a melhor pessoa que eu conheço.
Ele tinha paciência para aceitar os outros, quem quer que os outros fossem, o poder de ver a razão, mesmo quando ela parecia não existir, o poder de saber formular os melhores conselhos que eu já ouvi, a humildade de se preocupar com tudo e todos, a alegria de viver, tão irreconhecível do Tomé que acho que é mesmo ele quem a personifica, a capacidade de colocar sempre os seus valores acima do benefício próprio, uma imaginação repleta de ternura, um coração gigante capaz de ver uma centelha de bondade até no pequenino coração do Grinch. Um coração tão puro que não há vida que ele não tenha tocado que não lhe nutra carinho. Coração esse que apesar de ter batido pouco tempo viu mais do que tantos outros.
Sabe aquela vozinha na nossa cabeça a quem pedimos conselhos, muitas vezes conselhos extremamente parciais? No passado, e para mim, essa voz era apenas o meu ego arrogante e egoísta, agora essa voz é o Tomé, e digo isto com a maior da sinceridade. O Tomé faz-nos querer ser melhores.
Um abraço daqui até Hogwarts, como eu lhe costumava dizer
P.S – “Happiness can be found in the darkest of times, if one only remembers to turn on the light.” Beatriz Cuba