Impossivel de explicar


Tenho andado aos altos e baixos, nuns momentos afinada a lúcida, alinhada com a minha cumplicidade com o Tomé, noutros dias a deslizar para aquilo que é suposto sentir e a cair na culpa e nos medos. Uma amiga que passou pela mesma situação disse-me na altura que ia ser uma escolha de todos os dias e estava certa. A um nível profundo tenho a sensação que já pressentia esta possibilidade há muito tempo, e que aceito. A um nível mais emotivo, sinto que me vai fazer tanta falta, o meu amigo e o meu cúmplice, mas depois como diz a minha filha, agora vai estar sempre contigo  Sei que uma boa parte da força que tenho sentido vem dos meus filhos, da família e dos amigos, mas outra parte é impossível de explicar. Se me tivessem dito que isto me ia acontecer ia jurar que não ia aguentar e no entanto, tenho rido, vibrado, tenho-me comovido e muitas vezes sentido muito abençoada. E tenho uma enorme vontade de honrar os sonhos do Tomé e ser a melhor pessoa que saiba ser, sem desculpas nem medo de brilhar, agora por mim e por ele. Sinto que fomos protegidos nos mais ínfimos detalhes. Nem vou por aqui a lista. Estou aberta encher o espaço deixado pelo Tomé com amor e alegria em honra dele. É o mínimo que posso fazer por mim e em honra do meu irmão de alma. Engraçado sempre tive um bocado de medo que nós tivéssemos demasiado amor um pelo outro, agora suspeito que os dois talvez soubéssemos o quão preciosos eram todos os momentos.

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