Catarina e Tomé


Não há nada melhor do que receber uma mensagem assim. Faz-me voltar a acreditar que nada é em vão. 
Conheci a Catarina antes de ela ir para Itália, a Catarina nunca conheceu o Tomé a não ser através deste blogue. E no entanto...

"Sonhei com o Tomé há uns dias. Pensei que te deveria dizer, assim que acordei, mas depois... não me lembrava do sonho. E achei que não fazia sentido contar-te porque não ia saber o que haveria de contar "sonhei com o Tomé". E depois? Pronto, é só isso. Mas fiquei com aquela impressão que deveria dizer. Entretanto na noite passada sonhei que te contava, e que te explicava este mesmo porquê de não ter contado antes. E aí percebi que realmente deveria dizer-to. De resto, sei que foi um sonho descontraído. Havia mais uma pessoa, não me lembro quem, um rapaz também. 

Tenho estado atenta ao que vais publicando e penso que estou tão longe e não posso ajudar-te, isso deixa-me triste. Mas volto em Agosto. Se no entanto até lá houver alguma coisa em que eu possa ajudar, diz-me. Gostava muito. E sinceramente acho que este trilho que estás a percorrer não é só para ti. Não te deixes acreditar nisso. Pela forma como me chegou a mim, toda a essência do Tomé pode também chegar a outros, e deve. Porque, no fundo no fundo, não é sobre o Tomé, nem sobre ti, nem sobre mim. É sobre tantas e tantas pessoas. 

A minha mãe veio visitar-me a Roma e temos conversado muito sobre perspectivas de vida, etc. Leva-me bastante a sério quando digo que prefiro levar uma vida modesta, mas cheia de significado. Há quem diga que eu sou uma sonhadora e que um dia vou perceber que é assim que tem de ser. Antigamente, a minha mãe era uma dessas pessoas, mas hoje não é mais. 

Esta experiência no estrangeiro (sei que também sou muito afortunada por poder fazer erasmus) trouxe consigo uma carga emocional muito forte. Há tantas pessoas maravilhosas no mundo, e gostava de conseguir conhecê-las todas. Mudar bocadinhos de mundo. Mudar bocadinhos do meu mundo. Ando a pensar muito nisto tudo e acredito que "conhecer" o Tomé (como, aliás, penso já ter-te dito) fez-me reconectar-me comigo mesma. Como se de repente tivesse aparecido uma pessoa que me conhece bem e que me relembrasse do que estou aqui a fazer. Fiz um (pequeno) esforço para não dizer "sei que isto soa estranho, parvo" porque sei que adoras coisas parvas! :)"

Catarina Maia 

Comentários

  1. É mesmo belo ouvir esta jovem e sentir como a sua vida está verdadeiramente "reconectada" por ter aprendido que nascer e morrer são 2 momentos muito intensos e igualmente importantes. Essa aprendizagem devolveu-lhe um sentido da Vida tornando-a muito humana.
    E este Ser muito humana é, para mim, a grande "Mais Valia" de toda esta partilha de uma Mãe que agarrou com todo o seu Ser na imensa dor da perda e anda diariamente a transformá-la em sementes de Vida.
    Bem hajas

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