O coelhinho na parede
Tenho que agradecer outra vez e este blogue e a quem o lê. Depois de escrever o ultimo post, de um ponto particularmente negro da minha alma, aparentemente confirma-se que aquilo que se expressa se transforma inevitavelmente.
No dia seguinte dei por mim diferente, mais leve, dei por mim a brincar com uma cliente como costumava fazer. Não deixa de ser curioso quando aínda no dia anterior tinha questionado se devia continuar a fazer terapia com a minha "gloomy mood". Começava a recear deprimir ainda mais as pessoas em vez de as animar.
E pronto é assim, um dia chove, outro faz sol... :) e em qualquer dos casos é bom poder escrever aqui.
Esta última semana muitos planos começam a tomar forma e a tornar-se mais definidos, e porquê? Porque finalmente confluíram para eles as pessoas certas, cada uma chegando do seu sitio e com os seus motivos, mas todas vendo o mesmo "coelhinho na parede".
O que é um coelhinho na parede? Na casa de banho dos meus pais (ok, não é o sitio mais provável para um momento mágico) os azulejos da parede tinham formas indefinidas, conseguiamos eu e as minhas irmãs ver neles muitas imagens, que depois de serem vistas, já não podiam ser "desvistas". Às vezes uma de nós via e as outras não. E isso era mau. Tornava a coisa menos real, existia só numa cabeça. Quanto mais cabeças mais real, mas bastam duas para existir formalmente.

Conhecem esta sensação? De ver ou sentir alguma coisa que ninguém mais vê e ter medo de estar a enlouquecer? De terem medo sequer de abordar o assunto fora da vossa cabeça? Desconfio que toda a a gente tem um monte de coelhinhos aos saltos dentro de si.
Encontrei mais pessoas que vêm o mesmo coelhinho na parede que eu. E isso tornou-o real. O meu coelhinho e um sonho, o sonho de que o Tomé motive uma mudança de perspectiva sobre como os adolescentes são vistos, ou não vistos. De que os textos dele dêem que pensar e ajudem a abrir o coração. Ainda não quero partilhar muito, mas muito em breve....
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