Uma sociedade adita . Fátima


Já que a revolta é uma fase do processo de luto então é agora.
Estou tão farta e tão frustrada de ver as pessoas à minha volta em negação da necessidade de olharem para a sua história pessoal. Estou tão farta e tão cansada de ver as pessoas a fugirem das emoções para a cabeça.

De passarem os traumas à frente por não quererem lidar com as suas próprias feridas.. E são pais, são professores, são médicos, são terapeutas... são pessoas no geral. Eu sei que é difícil, sei que é assustador, mas vá lá... não há volta a dar. Para quê adiar, só vai doer durante mais tempo, destruir mais vidas, magoar mais pessoas, deprimir mais jovens.

Eu sei que é preciso respeitar o ritmo de cura de cada um, mas... e se esse ritmo é tão lento que estamos a criar violência e mais violência e os mais sensíveis de nós, os mais vulneráveis continuam a ser esborrachados pelos que avançam pela vida como tratores? Onde é que isso nos trouxe? Não há maneira alguma de mudar algo fora enquanto não mudarmos dentro. Não há maneira alguma de contornar o trabalho emocional que temos para fazer. Não chegam ideologias bonitas, nem intenções é preciso começar por dentro. Compaixão começa em casa, os que são violentos consigo próprios nunca vamos conseguir parar os ciclos de violência.

No último texto partilhei uma parte do texto do Tomé em que ele fala de como sente a dor do mundo. O meu coração de mãe sofre com ele. Uma parte de mim quer desistir e ir com ele, mas sinto que o meu propósito é outro, nem ele quereria que eu o fizesse. Eu sei o quanto ele se angustiava por ele próprio e pelos amigos. Ele já não tem que aguentar este mundo, mas eles sim. Talvez o que me tem dado mais força este tempo todo tem sido essa vontade de que para eles seja mais fácil. De que tal como o Tomé tanto se preocupava, não se percam. Consigam manter-se acordados e ligados à alma.

Embora o Tomé tenha morrido por acidente, todos os acidentes têm uma história e já estou quase capaz de falar sobre esta. No mesmo texto em que o Tomé falou da sua dor, também encontrou palavas de encorajamento para os que ficaram, para os seus tropas, de quem ele cuidava "como um pai, a ver se nenhum deles cai". Só quero que elas sejam ouvida no coração. Parem de dizer aos mais novos para desistirem dos sonhos, parem de pedir para se comportarem como adultos enquanto não tiverem uma imagem decente de adulto para lhes propôr, chega de dizer que não podem ser tão sensíveis, que têm que se habituar ás injustiças do mundo. Chega de criar zombies e escravos do sistema, consumidores compulsivos de coisas e aditos ao poder por falta de alma e amor.
"poe.te na linha toma atençao  ouve este conselho de irmao para irmao e ve.te ao espelho outra vez diz.me o que ves sente a tua mente inocente a divagar e deixa.te levar para outro lugar onde possas reomeçar e ser livre voltar a aproveitar a  vida crescer e sair desse eco sem saida, a descida e fodida pq ai todos os santos ajudam para subir so quem te ama e te cuida e que te faz evoluir, progredir rumo à paz ao suceso longe do retrocesso vais sempre a tempo para recomeçar e voltar a amar. sê aprendiz de quem te sabem fazer feliz."

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