Dia 6 - Documentário sobre os textos do Tomé!


Na foto à direita a Joana Maria Sousa, à esquerda a Rita Laranjeira. Em comum têm serem a equipa criativa de um documentário sobre os textos do Tomé, a Joana é a realizadora e responsável por todo o projecto criativo, a Rita é a directora de fotografia. Foto da reunião de hoje à tarde. Faltamos na foto, a Isabel Valente e eu... não puderam estar desta vez a Sara e o Pedro Veersteg.

Este documentário vai estar ligado, embora seja independente ao projeto apresentado à junta de freguesia de Arroios. 

O que as leva a querer envolver-se neste projeto? Pelas próprias palavras delas: 
"A empatia que sentimos com a mensagem do Tomé, sentimos que temos um tesouro nas mãos cada vez que lemos os textos que escreveu."
Aqui a mãe babada, brilha de felicidade quando lê isto, para mim são um tesouro sem dúvida, saber que podem sê-lo para outras pessoas é uma confirmação de algo que senti desde o inicio.

As ideias fervilham, os prazos estão definidos. É incrível como as coisas parecem estar coordenadas. 

Vou contar-vos um bocadinho da história da Joana e da forma mágica como nos reencontrámos. Havemos de ir sabendo mais sobre a Isabel, a Rita, a Sara e o Pedro. A Joana é um exemplo de como vale a pena procurar quem e o que nos faz felizes.

Quando conheci a Joana já há uns bons anos, ela estava a tirar Psicologia, a custo e com muito pouca motivação. Andava triste e sem energia. Psicologia até é um curso interessante, mas para a Joana não era isso. Era muito dificil mudar, já havia um investimento familiar e pessoal, investimento de tempo e dinheiro, um sentimento de obrigação de terminar o que tinha começado. Por outro lado a alma não queria saber de nada disso, a alma negava-se a aceitar as razões.

Apesar de não ser racional a Joana ouviu-se e fez-se ouvir. Apesar de parecer uma loucura atreveu-se a trocar de curso e começar do principio. A primeira vez que voltei a ouvi falar dela foi num festival de cinema, tinha ganho um prémio com a curta Oobe. Fiquei feliz, liguei a dar os parabéns. 

Uns dias mais tarde encontrei um site que adorei na Internet chama-se The Good Grief Project, encontrei-o no momento exacto, um momento de desespero e solidão, em que me questionava pela milionésima vez se estava boa da cabeça, caiu-me directamente do céu, descrevia o que sentia nesse momento e respondia ás minhas perguntas:

"Numa cultura em que o luto não se atreve a dizer o seu nome, muitos pais em luto se encontram isolados da própria familia e amigos. Não tem que ser assim, mas a nossa sociedade tem que ficar mais à vontade e aceitar as necessidades destes pais, e por outro lado os pais precisam de saber que o turbilhão emocional que sentem é valido e é possível sobreviver-lhe. Por um lado é esperado que ultrapassem esta fase tão rápidamente quanto possível, no entanto para eles é práticamente impossível continuar na vida sem inventar novas formas de recordar o seu filho. Esta é a nossa experiência. O luto é acerca do amor, e ninguém pode dizer-te o que fazer, porque é sobre o amor e a relação única com aquela pessoa que morreu, e só tu podes encontrar os simbolos, metáforas ou coisas certas para expressar isso. Ninguém te pode dar lições, não podes ler um livro que te diga como. É uma coisa que vem de dentro...."
Descobri que estes pais estavam a rodar um documentário e senti: é isso mesmo. Lembrei-me da Joana,  liguei-lhe, encontrámos-nos. Não tive coragem de lhe pedir para fazer um documentário sobre os textos do Tomé, parecia-me arrogância pensar que os textos do Tomé podiam ser tão mágicos para outros como para mim, secretamente no meu coração era isso que eu queria. Disse-lhe que gostava de fazer um documentário sobre o luto e pessoas que o transformam.

Quando nos voltámos a encontrar a Joana vinha a medo. Disse-me que tinha uma ideia mas que tinha medo que eu não gostasse: que gostava de fazer o documentário sobre os textos do Tomé, que os textos a tinham tocado, que achava que podiam fazer diferença. Fiquei histérica de alegria.

Pouco depois juntou-se a nós a Isabel Valente, ela trouxe a experiência em comunicação na àrea de cinema e não só, para ela também faz sentido que os adolescentes comecem a ser vistos e ouvidos. pelas palavras delas aqui fica:


E aqui vamos :) vens connosco? A viagem já está a ser memorável.






Comentários

Mensagens populares